quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A morte de Orlando Zapata: como tudo começou.

Com o assassinato do Orlando Zapata procurei me lembrar de como tudo isto começou. Me recordava da Primavera Negra de Cuba mas me faltavam detalhes.
Assim acabei encontrando no blog da Adriana Vandoni, Prosa e Política (http://www.prosaepolitica.com.br/) um de seus post que descrevem muito bem o que foi a Primavera Negra de Cuba.
Assim, reproduzo o seu texto abaixo para que possamos recordar como tudo começou:

A Primavera Negra de Cuba


Na manhã de 18 de Março de 2003, a ditadura militar, liderada por Fidel Castro Ruz, lançou uma terrível repressão contra jornalistas independentes, sindicalistas e a oposição pacífica cubana.


Com o aumento crescente do movimento de oposição cubano, o governo optou pela repressão, e se aproveitando da guerra do Iraque, pensando que ela encobriria seus excessos, lançou o ato mais recente da repressão contra a oposição, conhecida como a Primavera Negra de Cuba.

Centenas de funcionários do Departamento de Segurança do Estado – a polícia política cubana – em todo o país e de forma sincronizada, procuraram centenas de casas, interrogando os seus habitantes, confiscando seus computadores, aparelhos de fax, máquinas de escrever, fotos e, finalmente, prendeu mais de 70 opositores políticos, jornalistas independentes e defensores dos direitos humanos, bibliotecários independentes e sindicalistas.


De 3 a 7 de abril do mesmo ano, em uma sequência de pseudo-julgamentos sumários, setenta e cinco destas pessoas inocentes foram injustamente julgadas e condenadas a penas draconianas que variaram de 6 a 30 anos. Elas são os prisioneiros da Primavera de Cuba.


O verdadeiro crime, intolerável para a ditadura: pensar por si mesmo; escrever sem um mandado; discordar publicamente do governo; atrever-se a coletar assinaturas, seguindo o que permite a Constituição cubana, para submeter a uma votação entre a população cubana de uma série de reformas, o Projeto Varela; atrever-se a escrever, editar e publicar uma revista independente no país, a revista De Cuba. Em outras palavras, estão na prisão por defender a liberdade de expressão, liberdade de pensamento, os direitos humanos e da democracia, e promover uma petição pedindo a todos os cidadãos esses direitos e liberdades.


Os crimes atribuídos: serem perigosos mercenários a serviço do “Império do Norte”; conspiração contra a independência e integridade de Cuba, e etc. pretextos que seriam tão ridículos se não tivessem conseqüências tão graves. Qualquer desculpa é válida para os juízes servis que interpretam ao seu gosto uma legislação implacável com qualquer conduta que, aos olhos do governo castrista, seja desfavorável ao sistema socialista de Fidel Castro ou promova o embargo econômico dos EUA.


Os julgamentos draconianos se basearam na Lei 88 de 1999, conhecida como a “Lei da Mordaça”, severamente criticada por sua arbitrariedade e discricionariedade dada aos juízes. Segundo o governo, os opositores participaram de “provocações” e atividades “subversivas” lideradas pelo chefe da Seção de Interesses dos Estados Unidos em Cuba, James Cason. No entanto, a maioria dos prisioneiros nunca tinha visitado a delegação diplomática, e muito menos conhecido o senhor Cason. Além disso, a Seção de Interesses em Havana continua em pleno funcionamento, e James Cason permaneceu no seu posto até ser substituído.


O governo cubano sabe que ninguém acredita em suas mentiras, e nem sequer simulou observar ou expulsar o “conspirador chefe” da “conspiração” James Cason ou fechar o centro “conspiratório”da seção de interesse.


Tudo isso está claro na leitura das sentenças, nas alegações do Ministério Público e da resolução dos recursos.


Aqui está um exemplo http://wwww.nuevaprensa.org/causa.html


Tribunais cubanos que fazem parte da burocracia repressiva do regime operam sem respeitar o direito a um julgamento justo, restringindo o direito de defesa e violando todas as garantias processuais em que o acusado deve ter acordo com a lei internacional direitos humanos.

Não é preciso muito esforço para entender porque o Lula, o ex terrorista Franklin Martins e o Marco "Boca de Esgoto" Aurélio Garcia não se importaram nem um pouco com o destino de Orlando Zapata e os demais presos políticos.


Qualquer um que se coloque contra o plano estratégico de transformar o Brasil em uma ditadura sindicalista é tratado quase da mesma forma, faltando muito pouco para que tenhamos o mesmo modelo de Justiça cubano.


Algo precisa ser feito. Eu estou tentando através de palavaras e discussões por enquanto, porque se for preciso outra atitude quando a liberdade, o direito a propriedade e o direito de discordar forem tolhidos seja por quem for, não tenho dúvidas que agirei de forma dura e forte em defesa destes direitos.


Não podemos aceitar que nosso país seja transformado em outra Cuba.

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