quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A ignorância é um negócio muito sério

No jornal Diário Catarinense de hoje, é possível ler na coluna do Cacau Menezes o texto que reproduzo a seguir:

"Se alguém prestou a atenção na raia de finalistas daquela prova do Mundial de Atletismo disputada domingo, na encantadora Berlim, em que o jamaicano Usain Bolt voou baixo, todos os atletas, de ambos os sexos, eram negros. A raça é imbatível em determinadas modalidades, onde a força é fundamental."

Sem querer ser políticamente correto, até mesmo porque não sou, enche o saco constatar que, em pleno século XXI, com os avanços da genética molecular- mapeamento do genoma humano- ainda encontramos pessoas que utilizam este conceito absolutamente errado, o qual foi o mecanismo utilizado para a dominação de um grupo político ou social em relação a outros.

O conceito de raça não existe mais!

O geneticista Sergio Penna trata muito bem disto em seu livro "Humanidade Sem Raças ?" onde ele propõe a "desinvenção" do conceito de raças.

Recomendo a leitura. Abaixo reproduzo trechos de uma entrevista que Sergio Penna concedeu a Folha OnLine:

"Tratar um indivíduo com base na cor da sua pele ou na sua aparência física é claramente errado, pois alicerça toda a relação em algo que é moralmente irrelevante com respeito ao caráter ou ações daquela pessoa"

"Podemos dizer que, se a cultura ocidental inventou o racismo e as raças, temos, agora, o dever de desinventá-las"

"Devemos fazer todo esforço em prol de uma sociedade desracializada, que valorize e cultive a singularidade do indivíduo e na qual cada pessoa tenha a liberdade de assumir uma pluralidade de identidades. Este sonho está em sintonia com o fato demonstrado pela genética moderna: cada um de nós tem uma individualidade genômica absoluta, que interage com o ambiente para moldar sua exclusiva trajetória de vida".

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